terça-feira, 11 de agosto de 2009

Ela estava aborrecida. Muito aborrecida. Não é que não tivesse nada para fazer, na verdade. Até tinha uma lista de coisas para fazer e devia estar no jardim a arrancar ervas daninhas. Ela odeia ervas daninhas... Em vez disso, continuava teimosamente no sofá a ver um programa de televisão que não gostava, a jogar um jogo que já estava farta e à procura de fanfictions na internet apesar de já ter lido todas as que lhe interessavam.
Ela sabia porque estava aborrecida apesar de ter coisas para fazer. A culpa era dos livros, de ter uma imaginação fértil de mais em certas ocasiões e de ser profundamente solitária. Mas principalmente, a culpa era dos livros; daqueles livros de fantasia em terras de tempos passados ou criadas do nada; aqueles livros com Reis e cavaleiros e princesas; aqueles livros onde se sabe o que é o bem e o que é o mal e o bem triunfa sempre; aqueles livros onde a princesa é linda e perfeita e fica com príncipe, casam, e vivem felizes para sempre.
A culpa era desses livros porque era nesses tempos que ela gostava de estar. Todos os dias ela sonhava que caía (de forma totalmente irreal, impossível e inexplicável é claro; afinal isto é só um sonho) num desses mundo.
E agora ela vai sonhar outra vez.

Sem comentários: